domingo, 22 de fevereiro de 2009

Naquele dia...

E assim, depois de muito esperar,
Num dia como outro qualquer,
Decidi triunfar,
Decidi não esperar as oportunidades
E sim, eu mesmo ir buscá-las.
Decidi ver cada problema, como a oportunidade de encontrar uma solução.
Decidi ver cada deserto
Como uma possibilidade de encontrar um oásis.
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.
Decidi ver cada dia
Como uma nova oportunidade de ser feliz.
Naquele dia, descobri que o meu único rival
Não eram mais do que as minhas próprias limitações
E que enfrentá-las era a melhor e única forma de as superar
Naquele dia,
Descobri que não era o melhor e que talvez não tivesse sido,
Deixei de me importar com quem ganha ou perde
Agora importo-me simplesmente,
Saber melhor o que fazer,
Aprendi que o difícil não é chegar lá acima,
E, sim, deixar de subir
Aprendi que o melhor triunfo e poder chamar alguém de amigo,
Descobri que o amor é mais do que um simples estado emocional
O amor é uma filosofia de vida,
Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados
E passei a ser uma ténue luz no presente,
Aprendi de nada serve ser luz,
Se não iluminar o caminho dos demais,
Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...
Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornar-se realidade,
E desde aquele dia,
Já não durmo para descansar
Simplesmente, durmo para sonhar...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Recordações que esta terra alimenta...

O objectivo deste blog foi para partilhar com todos vocês experiências únicas...sentimentos únicos... vividos e sentidos durante a minha estadia em Angola. Todas as crónicas revelam um estado de espírito quando as escrevo... Neste momento, o meu estado de espírito leva-me a escrever unicamente o que vai dentro mim, as palavras vão saindo sem voltar atrás e reparar se ficou bem...
Angola, trouxe-me muitas experiências novas, novos sentimentos e novas maneiras de ver a vida, maneiras como só o belo povo africano sabe ver. Trouxe também muitos confrontos a nível pessoal e muitas questões interiores.
Após um sucessivo acumular de situações, gera-se um grande conflito comigo mesmo, em que fiquei sem aquela auto-estrada de vida e apanhei um caminho que me leva a um beco sem saída. Tudo aquilo que ambicionava, tudo aquilo em que acreditava, desapareceu...sinto-me só e perdido.
Neste momento, tenho a plena consciência de que odeio tudo e todos....tudo o que faço é mal todas as decisões que tome estarão erradas....Porquê?
Porque estou baralhado....Não sei o que quero e não sei para onde vou, tenho um conflito de sentimentos que despoletaram todos ao mesmo tempo, saudade, pena, tristeza, amor, fúria, raiva e alegria. Será que somos capazes de enfrentar tudo ao mesmo tempo ou temos de separar as coisas e tratar delas uma a uma.
Só me apetece desaparecer...fugir...estar sozinho...sem ninguém... "Tenho de arrumar a minha secretária".
Estou sem rumo...desorientado...
Muitas vezes ponho-me a pensar...numa analogia para isto tudo, uma questão prática...Será qualquer coisa do tipo como: Imaginem os nossos navegadores quinhentistas que quando regressavam de mais uma grande viagem, aquilo que lhes dava mais esperança era saber que tinham um porto de abrigo para poderem regressar para os braços da sua família. Agora imaginem que depois de estarem muito tempo afastados, em que tudo o que mais ambicionavam era regressar, o porto de abrigo tinha desaparecido, como se sentem esses navegadores...ao saberem que nunca mais vão poder ir a terra... e que tudo aquilo porque lutaram, simplesmente...desapareceu! Eu sei o que lhes passa pela cabeça... É uma lista de questões, porque é que desapareceu?.... O que é que fizemos para ele desaparecer?... Será que vai voltar? ... Vamos esperar e corremos o risco de morrer à fome?.... procuramos outro, demoramos muito tempo e acabamos por morrer na mesma? É isto que lhes passa na cabeça....
Nunca mais será a mesma coisa.... Mas era um alegria imensa se o porto regressasse e se os navegadores nunca mais partissem.
Peço desculpa a todos aqueles que abandonei.... Até sempre!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Quando chove... Chove mesmo!




Depois de algum tempo ausente, devido a vários motivos, retomo novamente à publicação das minhas jornadas por terras de Africanas.



Durante os dois meses em que estive ausente, muita coisa mudou... menos lixo, mais civismo, coisas novas, mais lojas, enfim... muita coisa, tanta coisa que até o tempo mudou. Quando cheguei a Luanda até estava uma temperatura agradável, 22º - 23º, que com o cair da noite foi piorando, piorando, é de realçar que: tempo a piorar em Angola significa temperatura e humidade a aumentar, que começa a cair uma pinga aqui....uma pinga ali....e de repente....montes e montes de água acompanhada com o cantar e efeitos de luzes dos relâmpagos e trovões. Isto sim é chover....todo o aparato deste momento encosta a nossa baixa de corroios a um canto, em que basta cair umas pinguinhas para instalar o caos na margem sul. Todos nós já ouvimos falar das estradas Angolanas, boas não é?...Agora imaginem conduzir nessas mesmas estradas completamente cheias de água. Cada saída parece uma aventura, é necessário conhecer bem as estradas para que quando estão cobertas de água não termos o azar de cair dentro de um enorme buraco... mas ás vezes acontece! Pois com a força do caudal de água formado surgem sempre novos buracos, atrevo-me a dizer que é possível existir um buraco dentro de outro buraco ou até mesmo que existe diferença entre um buraco e meio buraco. Isto funciona tipo um jogo:


- Ora então vamos lá! Vamos por aqui, agora por aqui...


- Cuidado! Desvia-te mais para a esquerda.


- Não! À esquerda está lá um. (buraco)


- Olha que não sei....Ainda ontem estavam dois candongueiros só com a cauda de fora, no lado esquerdo.


- Ó pá...isso não aqui foi ali na rua de baixo.


- Tens a certeza?


- Claro...Queres ver.


- (SILÊNCIO)


- (MAIS SILÊNCIO)


- (TRAVESSIA COM MUITA CAUTELA)


- "Pum!"


- (GARGALHADA)


- Eu não disse que era aqui o buraco....


- Pronto ganhaste!